segunda-feira, 29 de setembro de 2014

No Pedal: O Retorno das Pedaladas. Agora em Óbidos – Pará


E depois de mais de seis meses residindo em Óbidos, eis que finalmente consegui trazer minha bike para junto de mim. Na verdade, agradeço ao meu pai por ter a colocado no barco. Já de posse da bicicleta o pensamento aventureiro despertou: qual a primeira trilha a desbravar? No entanto, como fazia um bom tempo que não pedalava fortemente, o momento primeiro foi de retomar a condição física, e assim o fiz.

No último domingo, à tardinha (sol de 32º), resolvi dar um giro rápido em parte da cidade indo até certo ponto do ramal do Curumu. Foi um pedal de exercício. E apesar de curto, cerca de 10 km, senti bastante as pernas e a respiração já que o terreno obidense é muito irregular composto de longas subidas.

Foi um pedal de preparação, leve, onde pude tirar algumas fotos e contemplar a natureza em volta. Aliás, tirei uma foto que há muito desejava: a entrada da cidade por via terrestre.

Agora, o pensamento é de ir mais longe. Conhecer cachoeiras e lagos de nossa cidade. E claro, registrar tudo em lindas fotos. E você poderá acompanhar tudo isso aqui no blog.





Outros Escritos: A Misteriosa Morte da dona Pimenteira




 A morte chegou mesmo depressa. Nada de doença terminal descoberta recentemente. Problemas do coração, diabetes e outras doenças feias... Nada disso! Aparentemente, a vida pulsava naquele ser. E se não tinha doença curável ou incurável, não havia do porque se pensar em unção, nas exéquias e no cafezinho do velório. E quando digo que a morte chegou mesmo depressa, embora para morrer, basta estar vivo, é que esta vida definhou no tempo dos versos do Ruy Barata: “(...) ao tempo da noite que vai correr...” E correu a vida na noite...

Quando a consciência se fez consciente é que vi ali um cadáver incapaz de ser sepultado: secou. Mas afinal, qual o laudo do óbito? Pois eu, que vi o defunto com meus próprios olhos que um dia a terra há de comer, também desconheço se realmente foi morte morrida ou morte matada. E o pior, meu caro leitor, morte encantada.

Dona Pimenteira era alegre, florida. Chamava atenção para si. No quintal, apesar da baixa estatura, era vistosa e sempre despertava fervor em muitos olhares. E nas bandas de cá do amazonas o olhar é uma faca de dois gumes. E dizem até que alguns por aqui são capazes de matar com um só olhado. Que mal olhado, heim? Olhar de seca pimenteira...

Depois que me contaram isso retornei ao insepulto corpo de dona Pimenteira. Não quis acreditar na crendice do povo. Busquei nos livros uma explicação condizente para essa súbita morte, mas não encontrei. Falaram-me também que poderia ter sido a Boiúna - cobra mítica das águas daqui. E falaram... Falaram... Possíveis causas suspeitas não faltaram. Quebranto, mal olhado, reza má, feitiço... Tudo foi lembrado na tentativa de se desvendar a súbita morte.

De tudo, certo mesmo, é que a pimenteira do meu quintal morreu e minha mulher, nos almoços de domingo, não tem mais aquela “ardosa” para comer com peixe.

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sobre as Belas e suas Belezas...



Qual mulher já não se interrogou em frente ao espelho, na certeza de que ouviria como resposta ser a mais bela entre todas? Talvez, as sensatas e amadas consigo mesmas não. Mas as narcisistas sim! E de narcisistas é que quero falar.
O meu olhar para com as mulheres sempre foi de Pequeno Príncipe. A velha máxima de que só se vê bem com os olhos do coração. Logo, as mulheres por mim eleitas como bonitas não constavam na lista das dez mais da escola. Assim, nunca dei muita atenção àquelas que a todo instante sentem uma necessidade de ouvir: noooossa! Como você é muito bonita; mas você é muito linda; meu Deus... mas que mulher exuberante... Nunca gostei de enaltecer egos narcisistas. Um homem apaixonado por leitura, apaixona-se pelo conteúdo e não pela capa de seus livros.   

Mas o que hoje acontece, é que nossas mulheres (as não amadas de si mesmas) passavam a cada vez mais interiorizar o sentimento da madrasta má da branca de neve, numa busca desenfreada pela beleza. E assim, esquecem-se de que não é no espelho que se encontra a beleza, de que não é no reflexo das águas que nasce o amor por si mesmas. É sim, em si mesmas. Mas dentro de si mesmas. Pois, a maior de todas as belezas é a beleza interior. Beleza esta que, só mesmo as belas de verdade são capazes de revelar a si e ao outro.

Por fim, afirmo e firmo: eu gosto mesmo é das bonitas...

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Uma visita ao Museu Integrado de Óbidos – Pará – Amazônia


Inaugurado a dois de outubro de mil novecentos e oitenta e cinco, pela Associação Cultural ObidenseACOB. O Museu Integrado de Óbidos é um convite nostálgico ao visitante a reviver o passado do povo Obidense.

Suas salas, no melhor estilo arquitetônico barroco, com muitas portas e largas janelas, por onde a luz do sol ilumina todo o interior, guardam desde elementos do sagrado do catolicismo, objetos da cultura indígena a utensílios do cotidiano que pertenceram a pessoas da sociedade obidense.

Fazendo-se uma visita a este espaço memorial da cultura de Óbidos parece que somos teletransportados a uma conjugação de tempo imperfeito, uma vez que a sensação de vida presente nos objetos ali expostos permanece viva. Eu mesmo, sempre que faço uma visita a esse Museu tenho essa impressão, de que o sopro de vida suspira entre aquelas salas e de que ali estão não somente simples objetos antigos, mas a própria vida da cidade de Óbidos. Pois, como bem sabemos um povo que não preserva o seu passado dificilmente saberá construir o seu futuro.
Fica aqui o convite: venha conhecer o Museu Integrado de Óbidos!








terça-feira, 9 de setembro de 2014

Nem tudo vale a pena.




Que me perdoe o Pessoa.
Muito embora a alma não seja pequena,
Nem tudo nessa vida vale a pena!
Os troncos que descem o mar,
Podem uma vida naufragar.
Desviar. Escolher o melhor leito, a estrada...
Nem tudo que se quer viver,
Pode-se viver.
Escolher...
O pressuposto da renúncia.
Que homem pode servir a dois senhores?
Que homem pode amar a dois amores?
É preciso saber viver.
E só se sabe viver,
Sabendo-se escolher,
Ainda que a alma não seja pequena,
Pois nem tudo nessa vida vale a pena!