sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Sobre Câmeras e câmeras fotográficas

O caso se deu ao entardecer de ontem. Caminhando sobre o cás obidense o transeunte se aproxima de mim e indaga se havia fotografado o lindo por do sol daquele momento. Eu respondi que sim: fotografei lá de cima. Ele todo entusiasmado me confessa que também capturou o momento de despedida do sol. E mais: mostra-me a fotografia feita em seu simples celular. E complementa: se fosse numa câmera profissional (como essa sua – ele deve ter imaginado) teria ficado “boa”... a imagem em si por ele capturada estava boa. Transmitia a poesia do momento. Mas o que me chamou atenção mesmo foi à analogia de quanto mais cara e profissional a câmera melhor e mais bonita é a foto. Ora, como assim? Cadê a capacidade técnica e artística de quem fotografa para que a imagem represente bem o momento capturado?
Fotografar bem não é acaso de sorte. É antes de tudo, estudo e prática. Sim. Fotografar se aprende. Não se nasce fotógrafo. Torna-se fotógrafo. E não é qualidade técnica da câmera que definira o grau de perfeição da imagem capturada. Não necessariamente. É como se pensasse: comprei uma DSLR agora todas as minhas fotos serão lindas e impressionantes. Mesmo que o fotógrafo, embora amador, fotografe no modo automático, ainda sim, será necessário aprender sobre o ato fotográfico. Câmeras não fotografam sozinhas. Nem todos os olhos são capazes de ver as mesmas coisas nas mesmas coisas.

Assim, câmeras não fazem fotógrafos. Muito embora, câmeras boas ajudem a pessoas se tornarem fotógrafos. Resolução e lentes não são tudo. Fotografar antes de apertar somente um botão é aprender a reconhecer a fotografia em sua volta. Só fazemos boas fotos quando conseguimos recortar de nossa realidade aquilo que nem todos enxergam. E isso, celulares, smartphones, câmeras compactas e DSLR’s são capazes de fazer. O olho ver a cena e a câmera faz o registro. O contrário não é verdadeiro. 

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Uma visita a Serra da Escama: Forte Gurjão Óbidos – Amazônia

Agora posso dizer que visitei os pontos de fortificação em Óbidos pois, ontem, dia 01 de novembro, juntamente com um grupo de amigos e conhecidos subimos a Serra da Escama, local onde se encontra o Forte Gurjão (ou o que ainda há dele).

Essa caminhada há muito vinha querendo fazê-la. Por inúmeras vezes o meu amigo Mauro Pantoja já havia me falado da ideia de reunir um grupo de pessoas para fazer a trilha, e eis que no último domingo tudo deu certo.

Saímos de frente da cidade, um grupo de mais de 10 pessoas, por volta de 8:30 da manhã. Aproveitando o período de seca do amazonas fomos caminhando tranquilamente até a entrada da trilha. O percurso não é muito difícil o que não quer dizer que não se deva tomar os devidos cuidados, como por exemplo, com cobras que podem se esconder nas folhas caídas no chão. A subida é um pouco íngreme e coberta pela vegetação. Um clima ameno e não quente. Por volta de quase uma hora de caminhada, ou bem menos, já estávamos conhecendo os canhões que compõem o conjunto do Forte Gurjão.

Os canhões são do período da primeira década de 1900. Infelizmente, o que pudemos constatar foi o total abandono desse patrimônio tombado pelo IPHAN. Muitas pichações e bastante lixo tomam conta do espaço que faz parte, não somente da história de Óbidos, mas do Brasil uma vez que o Forte teve papel significativo até na revolução de 1922.

Contemplamos por certo período a Fortificação. Conversamos sobre o descaso que vimos e propomos a ideia de uma nova visita desta vez com um enfoque ecológico. Quem sabe a secretaria de meio ambiente nos apoie, e até mesmo outras pessoas, para que possamos realizar, a exemplo de Santarém, uma caminhada ecologia a Serra da Escama.

Por hora, fiquemos a contemplar essa natureza e história, ainda viva de nosso município, e futuramente junte-se a nossa ideia e venha fazer a sua parte em prol da preservação deste espaço histórico cultural.











sábado, 17 de outubro de 2015

Uma visita a Biblioteca Municipal de Óbidos


Aproveitando um finalzinho de tarde de uma sexta-feira fiz uma visita há um dos lugares que mais gosto de frequentar aqui em Óbidos: o Antigo Quartel onde, hoje, funciona a Casa de Cultura e a Secretaria Municipal de Cultura. Mas desta vez não fui visitar o quartel em si. Como assim? Calma leitor. Nesse espaço também funciona a Biblioteca Municipal de Óbidos. Fui ter com os livros uma prazerosa conversar. Na verdade fui fotografá-los para divulgar os serviços aqui no blog os serviços da biblioteca.

Contando com mais de 8.000 exemplares de livros (segundo informações em sítios da cidade) a biblioteca municipal de Óbidos oferece a sociedade um acervo diversificando que vai desde as obras de autores regionais a literatura universal. Embora, esteja localizada num espaço privilegiado, bem no centro da cidade, e dentro de um prédio tombado pelo patrimônio histórico é perceptível que a biblioteca necessita de um espaço melhor tanto para receber o usuário como para a acomodação dos usuários.

Nos dias em que lá frequentei senti a necessidade de uma maior atenção a esse espaço tanto na aquisição de mais livros como na conservação e limpeza dos mesmos. Isso é importante já que esse espaço, as vezes se torna a única opção de pesquisa para a maioria da população.

Fica aqui meu convite: POVO DE ÓBIDOS VISITE A NOSSA BIBLIOTECA













quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Fotografia



Fotografia: escrita da luz.

Luz natural revelada na luz subjetiva

do despertar contemplativo diante da imagem.

Natureza, arquitetura, casarões,

cheia, vazante, os navegantes...

fixados no mais perfeito instante

da captura do momento imóvel.

Imortalizados!

Olhos do fotógrafo...

Olhos que se fundem a lente

para captar aquilo que outros olhos veem,

mas não enxergam.  

A mais perfeita extração da realidade

colocada na mais perfeita imagem.

A ele digo: tu és poeta. Tua inspiração é a realidade,

tua máquina de escrever é a câmara clara,

teu papel é a imagem (re)velada,

teus leitores são teus expectadores,

e teu fruto de labuta,

 é fazer florir a simplicidade emotiva que nos faz humanos...

Fotografia: revelação química da revelação da condição humana

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Testando minha Câmera de Ação Sport Cam NewLink Wi-Fi FS101

Há muito que desejava uma câmera que me proporcionasse gravar minhas trilhas de bike e também fotografar esses passeios. De início iria comprar uma GoPro Hero 3, mas o seu preço muito elevado para quem a usaria apenas por diversão me fez abandonar a ideia. Passei a pesquisar modelos mais baratos mas que ao mesmo tempo pudessem me propiciar uma qualidade razoável de vídeo e imagem. Após muita pesquisa optei pela Câmera de Ação Sport Cam NewLink Wi-Fi FS101 Prata – 8MP, Conexão Micro USB e Mini HDMI e Grava Vídeo Full HD ( vendida pelo Walmart).

O produto chegou muito rápido. Muito rápido mesmo em se tratando da região norte. Estou com essa câmera há 4 dias e já fiz vários testes de imagem e vídeo e decidir postar aqui para que outras pessoas tenham a noção real da qualidade da câmera.

O que já posso adiantar que é não se pode esperar muito da câmera. A qualidade da imagem de 8MP é muito razoável. No meu caso que fotográfo com uma cânon 60D não tem nem como comparar. Os vídeos são melhores que as fotos. No entanto, para uma definição mais nítida é preciso uma condição de clima ideal. Quando apontada para o sol a gravação fica embranquecida formando uma espécie de arco-íris. O som também não é lá essas coisas. Quando a câmera fica dentro do case a prova d’água o som fica suprimido, muito baixo.  Enfim, se seu objetivo com ela é apenas hobby, lazer... creio que valha a pena. Já para objetivos mais específicos é de se pensar a sua compra. 

IMPORTANTE:  A câmera também dispõe de um aplicativo que serve de visor e por onde também podemos controlá-la. Esse aplicativo se chama SYMAGIX e pode ser baixado na play store gratuitamente. Para sincronizá-lo basta ligar o modo wifi da câmera e fazer a conexão com o celular. 

Abaixo fotos e vídeos feitos com ela. Dúvidas? É só perguntar 
















FOTOS MAIS RECENTES
foto em ambiente fechado





Na bike em movimento usando o controle da câmera

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Fotografias do Pôr do Sol de Óbidos são selecionadas no Festival Internacional de Fotografia Brasília Photo Show 2015


Mauro Pantoja
De que o Pôr do Sol de Óbidos é magnifico isso nós, pauxiaras, já sabemos.  E a prova de toda essa beleza é que três registros desse momento único da natureza foram selecionados no Brasília Photo Show 2015 – Em busca do Oscar da Fotografia.
Promovido pela Vergara Vector, o concurso selecionou os 300 melhores registros fotográficos de tema livre de um total de mais de 5 mil fotos inscritas. As fotos selecionadas iram compor um livro artístico e seus autores serão diplomados e certificados conforme classificação final. Além da escolha das fotos, a melhor legenda também será premiada.
Sobre as fotos e seus fotógrafos. As fotografias obidenses selecionadas, são dos fotógrafos Mauro Pantoja, Neuza Azevedo e Rômulo Viana (este amador e claro, editor deste blog). Sobre o Mauro Pantoja você pode conhecê-lo clicando aqui. Já o terceiro, no caso eu, estou muito feliz por ter sido selecionado já que estou há pouco tempo na fotografia e mais pouco tempo ainda que comecei a fotografar com uma câmera boa e no modo profissional.

Abaixo as fotos. Gostou? Dei sua opinião nos comentários 

Rômulo Viana

Rômulo Viana
Mauro Pantoja
Mauro Pantoja

Neuza Azevedo



Neuza Azevedo

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Uma visita ao Forte Pauxis Óbidos – Pará

No último sábado, 01/08, à tardinha, quase que de praxe, saí pelas ladeiras estreitas do centro histórico da cidade de Óbidos em busca de novos registros do cotidiano dos pauxiaras. Resolvi então fotografar o Forte Pauxis (uma das únicas fortificações permanentes construídas após o período da Regência (1853)). Nesta minha terceira ida a Fortificação Portuguesa tive a feliz surpresa que, embora, o prédio esteja fechado para reforma e requalificação há mais de três anos, ainda sim, mas não legalmente, o espaço histórico é visitado por turistas vindos de outras cidades. Na ocasião, além de uma família de obidenses, um casal de Belém vislumbrava os canhões e a estrutura antiga do prédio. Vendo-os com um guia turístico da cidade em mãos (aquele do professor Paulo Barros), logo iniciei conversa perguntado o que acharam do Forte. Falaram-me que ficaram muito contentes em conhecer uma das Fortificações fora da capital Belém. Mas ao mesmo tempo mostraram-se tristes e sem entender como uma prefeitura abandona um patrimônio histórico tão rico como esse. O mesmo me confidenciou o senhor obidense que lá estava com sua família.
Queixas a parte, o Forte Pauxis transpira a história remota do tempo de sua fundação. Nos faz imaginar os acontecimentos guardados ali por suas paredes e muretas. Seus canhões, apontados para a garganta do Rio Amazonas, nos fazem pensar na tensão dos navios que por ali passaram naquela época.
Mais que imaginar a história passada é preciso imaginar a história que queremos para o futuro. É inegável o estado de abandono que o prédio se encontra: canhões todos pinchados, mato tomando conta do lugar, espaço servindo de motel e ponto de uso de bebedeiras e drogas. É sabido que o IPHAN recentemente vistoriou o espaço e a retomada das obras, já tem um tempinho, foi brindada pelos quatro cantos da cidade. Mas até agora...

Ainda sim, vale muito a pena a visita. Fica aqui o convite. Não somente ao Forte Pauxis com também aos demais pontos históricos de nossa cidade.











terça-feira, 4 de agosto de 2015

O texto literário de expressão amazônica: em defesa da poética amazônica na sala de aula

Esse texto é parte de meu artigo de Especialização apresentado a Faculdade Educacional da Lapa - Fael.
Quando se fala em trabalhar textos locais, não se trata de querer negar o cânone literário, ou de querer, simplesmente, regionalizar o estudo com o estudo literário. Pelo contrário, trata-se de uma tentativa de aproximar o aluno da leitura fazendo com ele perceba que o que ele lê, é a sua própria realidade, coisa que outro texto (distante do seu cotidiano) não seria capaz de despertar. Caso dos livros didáticos que por vezes traduzem uma realidade que foge a vivência do aluno amazônida. Em alguns casos um estudante da zona ribeirinha conhece a literatura do sul do país, mas desconhece os principais autores da Amazônia brasileira como: Inglês de Sousa, Abghuar Bastos, Bruno de Menezes, Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes e Milton Hatoum. E os desconhece, primeiramente, pelo próprio desconhecimento de seu professor. E em segundo lugar, porque a literatura que aqui se produz não habita o considerado cânone literário por ainda ser considerada por muitos como literatura de margem ou de borda. Nesse sentido:
Estar à margem ou nas bordas também significa, entre outras semânticas, não ter passagem para a escola, o sistema central da educação escolar. Estamos, então, na borda com as literaturas que admitem os adjetivos infantil, oral, popular e regional, africana, indígena, feminina, de testemunho, entre muitas outras. E, muitos de nós, professores de literatura, além dos autores de livros didáticos, desconhecemos essas literaturas e por isso não temos como estabelecer diálogos intertextuais [...]. E, o mais grave, quando conhecemos não estamos preocupados em discuti-las, inclui-las, valorizá-las, entronizá-las. Torcemos pelo homogêneo? (FARES, 2013, p.83).  
 Embora os saberes literários da Amazônia e de seus escritores não tenham o espaço devido que mereçam na sala de aula, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação ressalta a importância de incluir no currículo escolar essa experiência de textos que retratem a realidade do aluno. É nesse sentido que incluir o texto literário de expressão amazônica no cotidiano do aluno faz todo sentido. É pela experiência literária que o aluno não só aprende o conteúdo programático, mas se percebe enquanto individuo dentro da sua própria realidade no texto lido. 
Trata-se de:

Apresentar uma proposta voltada para os alunos [...], capaz de despertar o prazer da leitura partindo dos elementos culturais comuns aos alunos através de leitura e performance em sala de aula, favorecendo uma melhor recepção do texto literário para o desenvolvimento da consciência crítica dos alunos e uma maior valorização de sua identidade cultural (CRUZ, 2004, p. 79-80).   
Quer-se, uma maior aproximação entre o texto literário, a realidade local do aluno e o gosto pelo texto de literatura possibilitando assim o desenvolvimento pleno da leitura do aluno partindo do mundo em que vive para a palavra que lê. Ideia essa já pensada desde a criação do livro Texto e pretexto: experiência de educação contextualizada a partir da literatura feita por autores amazônicos e que até hoje serve de inspiração para muitos professores.

Outro ponto de defesa a favor do texto literário de expressão amazônica seria o fato de este trazer para suas entrelinhas a oralidade presente nos contos e causos amazônicos que se ouve pelas bandas daqui.  Botos, boiúnas (cobra mítica da Amazônia), e outros seres devem, além de habitar o imaginário caboclo amazônico, também, habitar as salas de aulas. A este saber é necessário reservar espaço nos currículos das escolas da região.